Manual publicado por médicos americanos traz as novas recomendações para o controle de quadros de fundo alérgico.
Espirros, coriza e nariz entupido: todo mundo tem, já teve ou ainda vai ter pelo menos um episódio de rinite. Basta pegar uma gripe ou um resfriado passageiro. Mas, para uma parcela da população, ela faz parte da rotina. É só entrar em contato com pó, mofo, ácaros, pólen, pelos de animais ou produtos químicos que o organismo reage com tudo, anticorpos são liberados e a mucosa nasal, inflamada, sofre as consequências.
Por se tratar de uma condição crônica e que muitas vezes repele o tratamento receitado, a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial acaba de atualizar suas diretrizes para o controle da rinite alérgica. Além de nortear a detecção e o plano terapêutico, o guia propõe orientações para adotar em casa e ainda dá uma palavra sobre o papel da acupuntura e da fitoterapia. Segure o espirro e conheça essas 10 recomendações.
1. A importância do diagnóstico
Um dos desafios que a rinite alérgica impõe é o diagnóstico e como flagrar o que desperta as crises. Não por acaso, o documento americano começa reforçando a necessidade de o médico traçar minuciosamente o histórico do paciente e apurar os gatilhos e a presença de doenças relacionadas. Segundo o pneumologista Álvaro Cruz, da Universidade Federal da Bahia, asmáticos tendem a ter mais rinite, por exemplo. Se o fator desencadeante não é identificado nas consultas, testes de alergia (que usam a pele ou o sangue) são bem-vindos.
2. Pets: cada um no seu quadrado
Sabemos que é difícil manter distância dos animais se você tem um deles em casa. Mas o novo guia pede atenção diante dos pets. Isso porque cães e gatos têm alérgenos que são liberados na saliva, na pele e na urina, além de acumular ácaros nos pelos. Tem gente que só tem alergia de gato e outros só de cachorro. Independentemente da espécie, o ideal é definir um espaço para o bicho, a fim de evitar que os pelos se espalhem pela casa, e lavar as mãos depois dos afagos. Dar banho ajuda, mas não traz melhoras em meio a uma crise.
3. O ar que você respira
O ar-condicionado pode ser um aliado porque serve como filtro contra a poluição que vem da rua. Isso desde que a manutenção do aparelho esteja em dia – e os fabricantes pedem que o filtro seja limpo com água a cada três meses, pelo menos. O ar mais gelado e seco em si não provoca rinite, mas pode deixar a mucosa nasal sensível. Daí o conselho de programar uma temperatura amena (entre 24 e 25 ºC) e adotar um umidificador.
4. Extermínio de ácaros
Esses aracnídeos invisíveis a olho nu são responsáveis pela rinite de boa parte dos brasileiros. Gostam de lugares úmidos e quentes e se alimentam de restos de pele que se misturam à poeira. Para acabar com a festa, conservar a casa limpa e os armários secos é fundamental – e, de bônus, se evita outro patrocinador de alergias, o mofo. Na batalha contra o pó entram pano úmido e aspirador com filtros Hepa, que retêm melhor a poeira. Produtos contra ácaros também podem ser requisitados.
5. A cama pode ser a fonte do problema
Lençóis, cobertores, colchões e travesseiros são um prato cheio para os ácaros. Assim, trocar e lavar a roupa de cama com frequência (pelo menos uma vez por semana) é a primeira regra de ouro. O manual americano propõe o uso de capas impermeáveis e hipoalergênicas em colchões e travesseiros. Manter os quartos ventilados e a cama exposta ao sol também ajuda.
6. Para tratar sem sedar
Como antialérgicos têm fama de gerar aquela soneira, as novas diretrizes priorizam a prescrição de anti-histamínicos de segunda geração, que não têm o efeito sedativo típico da primeira classe dessas drogas. Essa nova geração tem outras vantagens: age mais rápido, pode ser usada por um período maior e não interfere no apetite.
7. Remédios da pesada
Há medicações que só devem entrar em cena em casos mais graves ou durante as crises. E o principal exemplo aqui são os corticoides, potentes anti-inflamatórios. Os especialistas prescrevem por poucos dias, uma vez que o uso prolongado pode causar retenção de líquido, aumento de peso, mal-estar e até osteoporose. Convém reforçar: como os antialérgicos, eles só devem ser empregados sob orientação.
8. Educação imunológica
E se treinássemos o sistema imune para ele deixar de hiper-reagir toda vez que o corpo tem contato com ácaros ou pelos de animais? Esse é o princípio da imunoterapia, uma espécie de vacina que injeta baixas doses de alérgenos com o objetivo de neutralizar a resposta das nossas defesas diante desses corpos estranhos. O manual a coloca como opção quando a alergia é refratária a tratamentos convencionais – e as aplicações podem durar de dois a três anos.
9. Apoio das agulhas
Pela primeira vez, o consenso da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial se posiciona quanto ao uso da acupuntura: ela pode, sim, integrar o combate não medicamentoso à rinite alérgica. A aplicação das agulhas em pontos mapeados pela medicina tradicional chinesa poderia ser utilizada sozinha ou como complemento aos remédios. No Brasil, a técnica ainda não é reconhecida para substituir o tratamento padrão, e o que se alega é a carência de mais pesquisas comprovando seus benefícios. No entanto, ela está longe de ser contraindicada pelos especialistas.
10. O chazinho se deu mal
Se a acupuntura recebeu o aval contra a rinite, o mesmo não se pode dizer da fitoterapia. O guia desencoraja o uso de ervas medicinais como tratamento, independentemente do meio (infusão, cápsula, etc). Faltam provas sobre sua segurança e eficiência e ainda existe o risco de efeitos colaterais e interações com remédios prescritos no consultório. Veja: não é que o chá esteja proibido, mas é importante saber que não será uma xícara quentinha que resolverá de vez uma crise de rinite.
Fonte: MdeMulher
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